Francisco Alpendurada

Cardiologista com a especialidade em
Ressonância Magnética Cardiovascular

Naturalidade:

Porto, Portugal

 

Local De Trabalho:

Royal Brompton Hospital, Londres

Especialista na Unidade de Ressonância Magnética Cardiovascular do Royal Brompton Hospital em Londres.

Após concluir o internato, decidi fazer uma subespecialização em Ressonância Magnética por um ano. Durante o estágio o meu director convidou-me para ficar. Foi uma decisão difícil mas no final optei por permanecer numa Unidade dinâmica e em expansão em vez de voltar a Portugal onde já se via sinais de desinvestimento mesmo antes da crise financeira de 2007-2008.

Estou envolvido no novo centro diagnóstico (investimento de €50M) que irá combinar Eco, TAC e RM no mesmo edifício. Teremos dois novos aparelhos 1.5T e um 3T topo de gama a juntar ao 3T que temos para investigação, e iremos manter um dos três 1.5T antigos para listas de espera e exames não-cardiacos. Esta reorganização é logisticamente bastante complexa, e o meu papel é assegurar que a transição occorra sem sobressaltos quando a nova Unidade abrir no final de Fevereiro.

Os médicos no Reino Unido são mais respeitados do que em Portugal, têm melhores condições de trabalho e têm mais influência no planeamento e organização dos serviços hospitalares.

Os hospitais no Reino Unido têm maior autonomia financeira. Grande parte do orçamento provém do número de diagnósticos e procedimentos efectuados, valorizando os hospitais mais eficientes. É possível estabelecer parcerias com indústria e academia; é também possível fazer actividade privada em hospitais públicos. Todos estes recursos e receitas adicionais permitem contratar pessoal e atrair médicos de renome, investir em infraestruturas e equipamento, criar novos serviços, e estar na vanguarda das inovações a nível cardiovascular.

Não temos muita projecção internacional por sermos um país relativamente pequeno na periferia da Europa. A visibilidade que temos advém das posições em sociedades internacionais como a Sociedade Europeia de Cardiologia. Se quisermos aumentar a nossa visibilidade, teremos que publicar mais artigos em revistas com factor de impacto elevado.

Agradeço à SPC por contactar associados que estão no estrangeiro. Poderá ser bastante útil criar redes de comunicação entre médicos no mesmo país para partilhar experiências e ajudar a progredir nas suas carreiras. Uma rede de contactos com Portugal poderá facilitar estágios no estrangeiro de internos em formação.

Fui promovido recentemente a director adjunto, tendo um papel mais relevante na gestão e estratégia do Departamento. Adicionalmente, vou começar a trabalhar para a Cleveland Clinic que está a abrir um centro em Londres. Estou impressionado com a cultura e profissionalismo e será uma parceria muito estimulante.

Da família e dos amigos, do sol e da qualidade de vida. Sim, considero regressar a médio prazo por motivos familiares. Entretanto, vou mantendo algum contacto com Portugal relatando ressonâncias magnéticas à distância na Casa de Saúde da Boavista/Unilabs Porto com o apoio dos colegas da Cardiologia.

Da experiência que tenho com médicos de dezenas de países diferentes, posso dizer que somos extremamente competentes do ponto de vista clínico. É um prazer e um privilégio fazer parte da comunidade cardiológica nacional.

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