Rui Providência

Electrofisiologia

Naturalidade: 

Coimbra, Portugal

 

Local De Trabalho:

Barts Heart Centre do St Bartholomew’s Hospital

Saí de Portugal no final de 2012 para me diferenciar na área de electrofisiologia em Toulouse e após 2 ou 3 meses em Portugal em 2014 voltei de novo a sair, desta feita para Londres, onde já me encontro há 7 anos.

Inicialmente saí porque queria adquirir mais experiência e ter outro tipo de vivência da profissão. Quando regressei da minha fellowship em Toulouse, tive uma excelente oportunidade em Londres pelo que me voltei a ausentar.

A parte clínica da minha atividade desenrola-se no Barts Health NHS Trust onde sou consultor em cardiologia e electrofisiologia.  Realizo procedimentos de electrofisiologia de intervenção no Barts Heart Centre do St Bartholomew’s Hospital e tenho a minha  consulta de electrofisiologia e realizo actiidades de cardiologia geral no Newham University Hospital, onde sou também chefe do  serviço de Clinical Informatics.

Sou Senior Lecturer (equivalente a Professor Associado) no University College of London, (classificada como a 10ª melhor  universidade nos recentes rankings mundiais) desempenhando a minha actividade de investigação no Institute of Health Informatics.

Lidero um grupo responsável pela produção de conteúdo de medicina baseada em evidência na área cardiovascular e dois grupos de investigação na área da epidemiologia das doenças cardiovasculares:

O estudo de coorte British Women’s Heart and Health Study, e um Nationwide study que pretende clarificar a história natural da fibrilhação auricular no Reino Unido.

Sentir que acreditam e confiam plenamente nas minhas capacidades. Ter tido oportunidades de desenvolvimento e crescimento profissional e científico na minha actual fase da carreira que não teriam sido possíveis noutro lugar. Ter 50% do tempo reservado para a atividade de investigação. 

Os cardiologistas não terem que prestar atividade assistencial no Serviço de Urgência. Viver em Londres permite-me também explorar a minha paixão pela música, além de ter um maior equilíbrio entre trabalho e vida pessoal (não faço noites, posso ir buscar o meu filho à escola, sempre trabalhei 2 a 3 dias a partir de casa).

Tempo e organização. Tempo para poder falar com os doentes e poder ouvi-los. Tempo para me poder dedicar à atividade de investigação. Tarefas, atividades e responsabilidades muito bem definidas entre os diferentes e dentro dos grupos profissionais. A protocolização de toda a atividade. A sub-especialização mesmo dentro das diferentes áreas da cardiologia com consultas e equipas especializadas para cada patologia. 

No St. Bartholomew’s Hospital- Barts Heart Centre ter a possibilidade de trabalhar num hospital (o maior centro cardiológico da Europa) que vive quase exclusivamente virado para a cardiologia, com capacidade instalada de equipamentos e meios técnicos e volumes de procedimentos impares. Há ainda a cultura de reunir frequentemente e a definição clara de “action points” que têm que ser desempenhados pelo interveniente responsável dentro do prazo estipulado. Esta atitude permite que os processos avancem rapidamente e de forma muito eficaz. O Barts Heart Centre resultou da fusão de três grandes hospitais na região Norte e Este de Londres e o resultado final, alcançado ao fim de dois anos, foi além da mera soma dos números de cada um deles.

Há alguns cardiologistas portugueses a trabalhar no Reino Unido. Trata-se de um meio bastante competitivo que acolhe profissionais de todos os cantos do globo. Os cardiologistas portugueses são bem aceites no Reino Unido. Algumas das figuras da cardiologia portuguesa são reconhecidas por cá. Julgo que não há um conhecimento dos diferentes serviços em particular.

Julgo que seria importante tentar manter sempre uma ligação com os cardiologistas formados em Portugal. Em termos de formação, julgo que deverá sempre manter critérios exigentes de forma a que especialidade continue a ser reconhecida no estrangeiro.

Levar a cabo projectos de sub-fenotipagem, drug development e trials em fibrilhação auricular. Nos próximos 30 anos gostava de conseguir produzir conhecimento que mudasse verdadeiramente a forma como classificamos e tratamos a fibrilhação auricular. Em suma, permitir que estes doentes vivam mais e melhor.

Há muitas coisas das quais sentimos falta mas só nos apercebemos quando voltamos a Portugal. Num Mundo digital é mais fácil sentirmo-nos  próximos mesmo quando distantes. Todos os anos regresso algumas vezes e tento manter a colaboração com os Centros dos quais me considero próximo. Profissionalmente, sinto a falta do Serviço de Cardiologia no Hospital dos Covões. Era um Serviço de elevadíssima qualidade, atingindo os mais elevados parâmetros de qualidade Europeus (não foi por acaso que conseguiu colocar quatro cardiologistas nos mais importantes hospitais do Reino Unido). Nunca esquecerei toda a aprendizagem e vivências com os bons seres humanos que lá trabalhavam.

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